quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Hora do conto (2)




Tic Tac do Relógio

Marlene B. Cerviglieri

O Tic Tac
Vou ouvindo
São as horas
Que passando
Uma a Uma,
Vão tocando!

Bate uma!
Bateu duas
Batem três!
Ainda para as Seis,
Faltam três!

Não esqueci das Quatro
Nem das Cinco!
Tic tac
Vou ouvindo.

Sete horas
Oito Nove e Dez e as
Onze escondidas!
Para as Doze?
Uma retida.

São as horas passando
No relógio
Vão batendo
Tic Tac... Tic Tac...




O Peixinho do Lago

Marlene B. Cerviglieri



Estávamos como toda manhã, passeando no Parque que ficava bem próximo de nossa casa.
Era um lugar muito amplo e com cachoeiras altas montadas nas pedras.
Mães passeavam com seus bebes, crianças andavam de bicicleta e alguns jogavam bola no gramado.
O Parque era rodeado por um Lago onde pessoas com suas crianças alimentavam os peixes com migalhas de pão.
Não era proibido e os peixes já vinham na direção da margem, pois sabiam que iriam receber petiscos.
Também eram alimentados com ração para peixes, e os patos na margem aproveitavam desta fartura.
Corriam atrás das pessoas também, pois andavam sempre com seus patinhos e temiam que os pegássemos.
Que dava vontade de pegar, ah isso dava mesmo.
Quando pequeninos eles são tão amarelinhos e muito engraçadinhos.
Passeando por ali foi quando me chamou a atenção uma senhora de cabelos muito brilhantes brancos expostos ao sol.
Sentada na grama e rodeada por crianças estava contando uma historia.
As crianças estavam de boca entreaberta prestando muita atenção. Fiquei curiosa e cheguei perto para ouvir.
Neste momento ela descrevia um outro lago de peixinhos é claro.
Assim falava: O lago não era muito profundo, mas os peixes eram muitos.
Todos os dias crianças e pessoas passavam por ali para ver e alimentar os peixinhos.
Estavam tão acostumados com as visitas que logo corriam para a margem.
As famílias de peixes que viviam ali eram grandes tinham muitos peixinhos.
Cada família morava num cantinho especial do lago. Em geral próximo das margens.
A água corria abundante por ali e era muito clarinha.
Bem, neste lago morava um peixe que era sonhador.
Sempre que podia pulava alto para poder ver bem como era lá fora.
Dizia aos seus amiguinhos e irmãos que um dia iria voar!
Todos riam dele e de suas estórias.
Como um peixe poderia voar?
Sair da água já seria muito perigoso mesmo diziam todos.
Porém o peixe que se chamava Vermelhinho sonhava o tempo todo em sair da água.
Via lá fora nas margens tantas crianças brincando alegres correndo e, queria fazer o mesmo.
De tanto pensar nisto acabou ficando triste e se afastou dos demais.
Percebendo tanta tristeza, seu pai o Vermelhão resolveu que deveria conversar com o filho.
Chegou-se para perto dele e o convidou para nadarem em volta do lago.
Vermelhinho aceitou, pois gostava muito de seu pai.
Nadaram bastante e depois pararam para um descanso.
É peixe também se cansa.
Foi então que seu pai perguntou-lhe porque andava tão tristinho?
No começo Vermelhinho tentou negar.
Não estou triste não papai.
Ora se esta, tenho certeza meu filho.
Conte para mim o que esta acontecendo!
Bem papai todos riem de mim por conta do que eu gostaria de fazer.
E o que você gostaria de fazer?
Não só nadar aqui no lago, mas ir até o gramado, correr por lá jogar bola andar de bicicleta tudo isso papai.
Porque não posso?
Meu querido filhinho, isto são coisas de humanos!
Sei papai, mas eles nadam no lago.
Sim, nadam, mas ficam quanto tempo debaixo da água?
Moram no lago por acaso?
Não, nós é que moramos.
A natureza nos fez assim os lagos são para os peixes e outros seres que podem viver debaixo da água.
Se você sair da água daqui debaixo vai durar somente alguns minutos...
Da mesma forma que te ensinei a não mordiscar aquelas guloseimas que nos oferecem muitas vezes.
Ah sei, presas nos anzóis...
Verdadeiras armadilhas meu filho.
Escute seu papai, viva dentro de seus limites, não fique inventando moda principalmente coisas desconhecidas que poderão acabar com você.
Veja dentro do seu lugar quantas coisas lindas e boas você pode fazer que outros não conseguiriam.
Cada um tem seu espaço seu modo de viver!
Voar é para pássaros ou aviões onde transportam humanos.
Se caírem na água, dependendo da situação acabam.
Procure as coisas boas da tua vida, sonhe com coisas dentro da tua realidade.
Aprenda que cada um é cada um!
Não existem iguais, nunca existiu.
É meu pai ouvindo tudo isso já acho que não é atoa que riram de mim.
Sonhar, desejar planejar tudo isto é muito bonito e bom, mas dentro de nossos limites terminou o Vermelhão.
Venha vamos dar mais uma volta quero te mostrar algumas coisas que você ainda não viu.
Você vai ver quanto existe ainda, aqui no teu mundo no teu lugar.
E assim os dois continuaram a passear pelo lago.
As crianças bateram palmas e a linda senhora sorriu satisfeita tendo certeza que havia ensinado uma boa lição para todos.
Voltei para casa cantarolando e feliz.
É peixe não canta, mas eu sou humano...
E o parque sempre estará lá com todos os seus segredos
Um abraço.


O Coelhinho da Páscoa.

Poesia Infantil

Marlene B. Cerviglieri





Vamos logo fazer um ninho!
Para que o coelhinho,
Venha nos visitar!
Traz balinhas, chocolates,
E outras coisas mais.



Que daremos a ele tão bonzinho
E saltitante?
Um montão de carinhos, cenouras.
E folhinhas demais
É tudo que ele quer.



Isto nos ajuda também
A sermos fortes e corados
Com olhinhos brilhantes
Como o coelhinho
Nesta páscoa radiante!



A amizade e as flores.


Marlene B. Cerviglieri




Sempre que podia eu gostava de ouvir as histórias que minha avó, tinha para nos contar.
Como aprendíamos tanto e tudo era grande novidade para nós.
Aquela manhã de Junho fria de inverno ainda, minha avó estava podando seus vasos como dizia.
Gostava de prepará-los para descansarem no inverno pois segundo ela,estariam germinando e se preparando para a primavera.
Sentei-me numa confortável poltroninha de vime com uma almofada toda colorida.
Minha avó terminou seu serviço e veio sentar ao meu lado.
-Como a senhora gosta de flores não é vovó?
-Muito meu querido, e não consigo entender quem não gosta!
Assim sentados os dois, minha avó começou a me contar sobre plantas boas e más também.
Ouvia tudo me deliciando pois jamais pensara em uma planta má
-Sim meu filho, são chamadas ervas daninhas.
Aos poucos vão tomando conta da outra planta ou até mesmo dos galhos das arvores e arbustos.
-E o que acontece vovó?
-Precisamos ficar atentos e já no inicio tira-la da planta senão ela mata.
-Fiquei assustado em ouvir isto e o que veio depois também.
Existem pessoas que são como ervas daninhas, se aproximam de você
Mas não servem para ter sua amizade.
Vão te envolvendo, colocando até em situações perigosas e quando você se dá conta é tarde.
Precisamos cultivar nossas amizades como fazemos com as flores e com as plantas.
Muito carinho e cuidados sempre .Estar lá quando elas precisam de nós.
-Quem vovó nós ou as plantas?
-As duas coisas meu caro.
Nunca esqueci esta lição de minha avó.
Por muitas vezes tive erva daninha por perto mas nunca deixei que chegasse até mim.
Sempre que posso ajudo.
Não é só nas horas alegres mas na tristeza também.
Ser amigo é ser leal aceitar o outro como ele é, e não querer modifica-lo o tempo todo.
E você já regou suas flores hoje?

A ONCINHA PINTADA


Marlene B. Cerviglieri




Na floresta havia muito que se fazer. Todos estavam empenhados em buscar alimentação e cuidar de seus ninhos, tocas suas casinhas. O senhor tatu cavava muito fundo sua toca, os pássaros estavam buscando gravetinhos folhinhas secas para abrigarem seus ninhos. Apesar de tanto trabalhos estavam alegres e se comunicavam uns com os outros, naquela linguagem dos bichos. Tudo ia indo muito bem, até que a oncinha pintada e a leoa começaram a se agredir. Coisa feia , xingavam chegavam a rosnar alto. Vieram as mamães como sempre para separar as briguentas. A leoa dizia para a oncinha:
-Sua pintada, você é cheia de manchas...
A oncinha chorava e dizia:
-Nasci assim sou igual minha mamãe, e você é rabuda...
Assim gritando uma com a outra, coisa feia de se fazer, foi que a mamãe da oncinha resolveu falar.
-Vocês são ingratas, as duas. Vejam por exemplo a arvore da jabuticaba!
-E o que tem a jabuticabeira a ver conosco?
-muito mesmo.
-Já explico.
-De que cores são suas frutas?
-Ah, pretinhas eu acho e gostosas...
-Muito bem,, e antes que cor tem?
-Bem, eu não sei, verde das folhas - disse a oncinha.
-Não ela floresce todinha com florzinhas brancas. Depois é que se transforma em fruta, muito gostosa não é?
-Mas não entendi o que isto tem a ver com a gente?
-Sim, tem e muito. A oncinha é pintada , a leoa não. Existem muitas diferenças entre nós todos. Você oncinha é pintada por fora na pele, mas por dentro é branquinha.
-Como branquinha?
-Você é uma boa oncinha, ajuda seus amiguinhos, é boa filha, não diz mentira, faz suas tarefas, isto a torna branquinha por dentro. A jabuticabeira é boa conosco nos dá sua parte boa, seus frutos, mas antes nos mostra sua parte boa que são as flores brancas. Como já disse, existem diferenças e devemos aceitá-las e não apontar aos outros o que tem de diferente. Nós também temos nossas florzinhas brancas e devemos usá-las para fazer o bem.
-Então eu tenho flor dentro? - Perguntou o coelhinho interessado.
-Sim, e muitas folhinhas verdes também.
Todos riram e a briga acabou. É assim mesmo, nos temos diferenças não somos iguais. Talvez um dia estas diferenças venham a nos ajudar, assim como ajudou a oncinha pintada. Que tal, vamos chupar jabuticabas?
Os Pinheiros, Conto de Natal
Moral: Nada se perde, tudo se transforma.
Havia em uma linda floresta de pinheiros. Alguns que conversavam entre si. Um pinheiro dizia ao outro: Estou cansado da floresta. Gostaria que um lenhador me cortasse e me levasse para ser um majestoso mastro de navio. Como adoro o mar! Como queria conhecer outros lugares, estar em cada porto. Deve ser emocionante!
Outro pinheiro já pensava assim:
Eu gostaria de ser levado para uma serraria e de que minha madeira fosse transformada em um bonito móvel. Um piano por exemplo... onde um pianista sensível fizesse vibrar as harmoniosas sonoridade que sairiam do meu interior. Como eu gostaria de ser um piano.
Havia ainda, um lindo e pequenino pinheiro que suspirando dizia: Ah! Quem me dera ser uma árvore de Natal, em uma residência com grandes salas, ricos tapetes e lustres, espelhos e quadros. Finos cristais de festa. Muitas crianças a minha volta, e entre meus ramos ricos presentinhos, bolas coloridas, velas multicores, balas doces e bombons. Que alegria, que felicidade! Nada poderia ser igual.
No entanto na floresta a beleza da natureza não era apreciada pelos pinheiros descontentes. O sol todas as manhãs vinha beijar-lhes a copa esverdeada. Os pássaros cantavam em seus ramos e os insetos zumbiam, zumbiam.
O aroma das pequenas flores silvestres não os sensibilizavam. Os esquilos brincavam a sua volta e de vez em quando algumas lebres saltitantes apareciam para conversar, uma com as outras. Mas os pinheiros tinham outros sonhos. A claridade da lua, o frescor das madrugadas, não os enterneciam. Sonhavam com uma felicidade distante.
Um dia, um lenhador, cortou-os e foram levados separadamente. Não sabemos para onde todos foram, porem acompanhamos o mais pequenino que desejava ser árvore de Natal. Vamos encontra-lo, engalanado de enfeites e guloseimas, assim mesmo como houvera sonhado. Estava radiante! Que alegria, como estava bonito! As crianças brincavam ao seu redor. Tantos presentes em caixas estavam colocados aos eus pés. A festa foi maravilhosa: porem o contentamento não durou muito. Lá pela meia noite todos queriam os presentes e as crianças, arrancaram-lhe todas as bolas e uma vela caiu acesa e começou a queimar-lhe um galho - ai, ai, ai, gemeu o pobre pinheiro.
No outro dia, puseram-no em um porão junto a outras coisas velhas, e ali ficou , esquecido de todos. Seus ramos e folhas antes tão verdes e viçosos estavam agora amarelecidos e murchos. Estava triste e infeliz, arrependido de seu sonho. Sentia saudades da floresta agora. O sol, os pássaros as borboletas, os coelhos e os esquilos pulando e brincando ao seu redor distraiam-no tanto! Que saudades! Só os ratinhos visitavam-no, casualmente. Um dia um passou e perguntou-lhe:
Sabe onde fica a cozinha? Estou com tanta fome, com vontade de comer um naco de toucinho ou de queijo. Não sei respondeu o pinheiro, mas estou tão só, não me deixes,
Fique aqui comigo.
Não, não disse o ratinho tenho que correr, correr... Lá se foi e aqui ficou o pobre pinheiro, chorando a sua solidão.
Passou o tempo, foi-se o verão outono e já vinha o inverno e o nosso pinheiro estava velho e seco. Um dia o dono da casa resolveu fazer uma limpeza no porão e tirou o pobre pinheiro para o quintal, mandando o jardineiro cortá-lo para o fogo. As crianças ainda acharam uma estrela que servira-lhe de enfeite, quando estivera na sala como árvore de Natal. É minha disse o menino, e arrancou-lhe a peça, cheio de alegria.
As últimas lágrimas, fluíram para a infeliz árvore.
Feita em pedaços foi aproveitada para uma fogueira, e de seu tronco e poucas ramagens, restou apenas um punhado de cinzas.
As crianças estiveram ao seu redor, aproveitando o calor das chamas para o aquecimento de suas de suas mãos. O pinheiro era matéria que se transformou em energia, disse o menino maior que já conhecia ciência.
Moral: devemos estar contentes onde Deus nos colocou.
Fazemos o nosso destino, dentro da Lei de Causa e Efeito.
Também nada se perde, tudo se transforma.
FIM

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